Reunião de Estudo – Livro Lacos de Afeto (67)

Ano VII - 31/07/2011
Livro Lacos de Afeto
WANDERLEY S. DE OLIVEIRA DITADO PELO ESPÍRITO ERMANCE DUFAUX
Capítulo 10 - Meditação Emocional

“O silêncio e o recolhimento são mais fáceis e tudo se passa como em família”
O Livro dos Médiuns — capítulo 29 — ítem 335

Os estágios de consciência são degraus do autoconhecimento decorrentes da superação dos conflitos internos do ser.
Há pessoas evitando seus sentimentos por medo deles, desconhecendo-os, e isso não leva à educação. Outros existem que nem se dão conta de quais sejam suas emoções, e ainda há os que estão caminhando para utilizá-las em seu crescimento.
A meditação emocional é uma forma de lidarmos com a afetividade, estimulando-a sob a influência de visualizações mentais criativas, sadias e moralmente enobrecedoras. Por isso, inserimos abaixo pequenas frases indutivas que poderão servir de intróito para projetarmos a mente no dia-a-dia da faina doutrinária, e extrairmos os conteúdos de reavaliação e auto-exame, brindando-nos com pequenos lampejos no despertamento do afeto.
A continuidade do exercício será responsável pela otimização dos resultados, que poderão ser percebidos rapidamente, embora precisarão ser seguidos da vivência a fim de que sejam definitivamente consolidados nas profundezas das delicadas e sublimes “engrenagens da afetividade” no corpo mental.
Despertar afeto significa colocar o outro e nós mesmos na tela mental das reflexões, dilatando a empatia e procurando senti-lo, entendê-lo, perscrutar-lhe as ações, procedendo a uma avaliação dos relacionamentos, dos fatos rotineiros, dos cuidados, das ocorrências ditosas e das menos felizes, fazendo um apanhado das atitudes, elaborando mentalizações de conduta honesta e reta, sempre desculpando o outro e estudando a si mesmo, descobrindo as causas profundas das decisões e dos impulsos.
Em verdade, meditar não substitui a ação. A caridade é o maior exercício de Amor e despertamento da sensibilidade, conquanto tenhamos na meditação um instrumento que será absorvido com facilidade pelas pessoas habituadas à auto- avaliação ou que estejam predispostas a aprendê-la, fortalecendo o desejo e enrijecendo as disposições para conviver bem, sob o pálio do Amor incansável. Conviver bem é ter sabedoria para abordar o próximo tornando sóbria a relação, agradável, preenchedora, persistentemente, quantas vezes se fizerem necessárias. Além disso é significativa a utilização da empatia e da vigilância para saber revitalizar essa permuta, cativando-a sempre com os nutrientes atos de afeto altruísta.
Semelhante iniciativa demanda permanente postura de auto-avaliação, descobrindo, em nós, quais as causas reais para o que sentimos, pensamos e fazemos nos relacionamentos.
O estudo de nós próprios, seguido de ações renovadoras, será responsável pelo estabelecimento de elos mais duradouros e enriquecedores, mormente com
aqueles os quais temos à conta de desafetos do cotidiano. Daí a importância da meditação sobre os episódios diários que nos cercam a convivência.
Escolha um momento mais disponível em que estejas mais relaxado e liberado das obrigações rotineiras, mais descansado fisicamente, ou então nos finais de noite, como preparo indispensável ao sono.
Faça uma prece a seu Espírito protetor e mantenha-se por um tempo pequeno apenas sentindo o clima da oração, assossegando a mente, relaxando as tensões físicas, formando o “piso mental” para a meditação.
Em seguida inicie a leitura das frases por nós sugeridas e detenha-se naquela que mais lhe desperte interesse, remetendo-se em seguida a uma meditação sobre suas vivências em grupo, seja na instituição doutrinária seja nos campos de ação de sua vida pessoal.
Especialmente procure voltar a meditação para os acontecimentos em que a consciência chamou-te à integridade do comportamento, e reflita nos “porquês” de tua conduta; analisa nas lembranças os móveis de tua ação, e agora repensa o agir, os novos contatos, projetando uma atitude feliz e equilibrada, conduzindo teus raciocínios para a medida corretiva; ora novamente suplicando a Deus as reservas de força que carecerás para encetar o novo comportamento; enleia-te na imagem mental do abraço fraternal com o outro, sempre perdoando-lhe as ações e descuidos.
Vai-te acostumando a essa auto-avaliação sempre e com o tempo a busca de ti mesmo passará a ser espontânea. Sentirás uma imperiosa necessidade de entenderes tuas decisões, tuas distrações, teus instantes gloriosos, tuas decepções, teus sucessos, tuas amarguras, tuas expectativas frustradas, penetrando na intimidade, na alma dos acontecimentos, extraindo dali o contingente da realidade “não visível”, “não palpável” ao homem fisiológico desatento dos deveres do auto- encontro.
Somente de posse de semelhante compreensão haurirás os recursos para burilar tuas manifestações interpessoais e empreender a afetividade sem se comprometer com a ingenuidade, com a lascividade, com as frustrações amorosas, com os traumas educacionais, com os conflitos do “existir” e do “ser”, permitindo que não te apegues em demasia, que sejas um convite sincero à amizade e que irradies a harmonia e a simpatia a quem te rodeia.
Desse auto-encontro sairás cada vez mais senhor de ti mesmo, pronto a conviver com mais proveito pelo bem alheio e teu próprio, utilizando com dinamismo e riqueza essa preciosa capacidade do afeto sem os desaires emocionais, fazendo dele uma fonte terapêutica e um caminho de plenitude em favor de tua felicidade, bem distante do pieguismo e do sentimentalismo infrutíferos.
Sem conheceres bem a ti mesmo, jamais te tornará apto a compreenderes a ação alheia.
Se não compreenderes o outro, perderás os frutos sazonados que a escola do relacionamento tem a oferecer-te.
Estando bem contigo, conseguirás ser a mão amiga, o coração acolhedor e a diretriz para quem partilha tua presença.
Jesus, o educador incomparável, estabeleceu o vós sois a luz do mundo como sendo delicioso convite para que nós, os seus aprendizes, sejamos constante estímulo aos viajantes dos grupamentos de nossa convivência, espargindo alegria, esperança, bondade e paz.
Meditação 1
Intimidade nos relacionamentos é a zona delicada da convivência que apela para a virtude e o caráter, a fim de saber fazer dela o que se deve, e não o que se
quer.

Meditação 2
Em círculos de trabalho, onde o afeto se resguarda sob a tutela do medo de relacionar, mantendo distância afetiva, alastra-se um campo fértil para a mentira, a mágoa e a insatisfação.

Meditação 3
O que você fez essa semana para enriquecer o tesouro da amizade no conjunto de teus companheiros de ideal?

Meditação 4
Evita reclamar cotas de atenção e generosidade alheia.
Com o tempo, se te aplicares, perceberás que é muito mais gratificante ser amável e querer bem a todos.
Exercita-te.

Meditação 5
Estabeleça em tua casa espírita o mural da fraternidade.
Expresse ali os bons sentimentos. Um bilhete motivante, um cartão terno, uma mensagem nobre de estímulo, a lembrança do natalício, uma frase edificante de valorização.
Mural do afeto, termômetro emocional do grupo.

Meditação 6
Aversões, afinidades, desafetos, simpatias, todas elas são lições emocionais, aulas do coração.
Quando surjam, pergunte: Senhor, como devo amar nessa ocasião?

Meditação 7
Descontração e júbilos festivos ensejam saúde à convivência.
Todavia, nenhum rumo de integração para o relacionamento é tão efetivo e prudente qual o de repartires idéias e emoções, sob a égide do trabalho espiritual com finalidades sempre elevadas.

Meditação 8
Mantém-te sereno ante as reações inesperadas e hostis daquele que ombreia contigo na tarefa de amor.
Muitas vezes não podes avaliar o esforço por ele despendido para guardar a integridade até aquele momento em que tombou na fragilidade.

Meditação 9
Para aqueles que desertam das tarefas doutrinárias por entre mágoas e desentendimentos, mentaliza sempre a condição do doente que resolveu abandonar o tratamento em franca rebeldia, e guarda-te em oração por ele.
Você sabe: a doença o acompanhará na condição de nova medicação aplicada pela dor; sendo assim, ele, em verdade, só precisa de apoio, orientação, estímulo e carinho.
Reprimendas são dispensáveis, quando já se adquiriu a luz dos conhecimentos espirituais.

Meditação 10
A estabilidade emocional de um grupo é medida pelo desejo individual de seus membros em cooperar nas soluções dos problemas que surgem habitualmente, evitando fixar a mente e o coração nos problemas existentes

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