Reunião de Estudo: Preparacao para o Natal (2011)

Ano VII - 06/12/2011

Primeira Leitura
Novo Testamento - Matheus Cap 1 e 2

Estudo do Livro Jesus o Cristo - Therezinha Oliveira
CAPÍTULO II – E O VERBO SE FEZ CARNE
A HISTÓRIA DO NATAL


Quando o natal vai chegando, as vitrinas das lojas se enfeitam de cenas e dizeres alusivos à grande data da cristandade. Muitas crianças ouvem, pela pri¬meira vez, olhinhos brilhando de encantamento, a histó¬ria do nascimento de Jesus, Uma narrativa singela, mo¬vimentada, alegre, dramática, terna e muito comovente.
Adultos a revivem, nas saudações festivas, uns aos ou¬tros: Feliz Natal! Feliz Natal! E as letras da imprensa, as vozes do rádio, as imagens da televisão, os cânticos e as pregações dos templos, num concerto uníssono, recon¬tam como se deu a vinda daquele que, por suas virtudes sublimes, é o Caminho da Verdade e da Vida.
No pensamento de todos, sucedem-se, de novo, os episódios do Natal, o nascimento de Jesus.
José e Maria saindo de Nazaré da Galiléia (onde mo¬ravam) e viajando para Belém da Judéia, estando Maria em adiantado estado de gravidez.
Quando chegaram a Belém, a cidade estava repleta de visitantes e não havia lugar para eles na hospedaria. Acomodaram-se num presépio, um estábulo, onde se re¬colhiam os animais e era um lugar quente e protegido, apesar de simples. Ali Maria teve o seu primogênito (primeiro filho) a quem chamou Jesus e, envolvendo-o em faixas, o reclinou em berço improvisado: uma manjedoura.
Anjos apareceram anunciando aos pastores do cam¬po o nascimento do Salvador. E uma estrela admirável brilhava de modo especial indicando o lugar do nasci¬mento! Seguindo-a, uns magos viriam do Oriente, en¬contrariam o menino e, prostrando-se ante ele, lhe ofe¬receriam ouro, incenso, mirra.
O Natal de Jesus!...

AS OBJEÇÕES
Há quem diga que não foi assim que tudo aconteceu, a começar pela data. Do nascimento de Jesus, começou¬-se a contar uma Nova Era: a cristã (a.C. e d.C.), mas dizem os estudiosos que que Jesus pode ter nascido de 8 anos antes a 4 anos depois da data flxada.
Também não se sabe ao certo em que dia e mês ocorreu. O dia 25 de dezembro foi fixado pelo Papa Júlio I, a partir do séc. IV d.C. (360), para substituir comemora¬ções pagãs por motivos e hábitos cristãos.
E pode não ter sido em Belém. Diz-se que, por causa de um recenseamento, ordenado por um imperador romano, Maria e José, por serem da casa de Davi, apesar do adiantado estado de gravidez dela, tiveram de viajar de Nazaré da Galiléia, onde moravam, para a longínqua Belém da Judéia, a tem de se cadastrarem, e o transporte era feito a pé ou em lombo de burro.
Herculano Pires acredita que esse deslocamento do casal teria sido uma tentativa de acomodar o nascimen¬to de Jesus na cidade de Belém, porque lá é que nasceria o Messias, como profetizado por Miquéias (5:2). Entre¬tanto, isso não convenceu a maioria dos israelitas.
Para nós, porém, não importa tanto a exatidão do lo¬cal, dia, mês e ano em que Jesus tenha nascido e, sim, que esse Espírito altamente evoluído veio à Terra, para nos orientar espiritualmente.

OS RELATOS SOBRE O NATAL
No Novo Testamento, especialmente nos evangelhos de Mateus e de Lucas, encontraremos os relatos mais completos sobre o nascimento de Jesus. João falará de modo simbólico sobre a vinda de Jesus. Marcos é omisso a respeito, apresentando Jesus já quando adulto,
É verdade que “quem conta um conto, aumenta um ponto”, e essa história tem dois mil anos e foi escrita muito de¬pois da morte de Jesus. Alguns detalhes talvez estejam mal contados, modificados, e outros foram acrescenta¬dos. Também é verdade que sobre esses fatos muitas considerações já foram feitas. Parece que tudo já foi dito, assimilado, e repetir somente nos entediaria.
Mas, como deixar passar o Natal do Senhor sem me¬morarmos os acontecimentos e sua significação para a humanidade? As novas gerações precisam saber, temos de lhes transmitir. A propósito, estamos dando a conhe¬cer estes fatos às crianças, aos jovens? Quanto a nós, sempre poderemos retirar deles simbolismos superiores, edificantes. Conversemos, pois, sobre o Natal, à luz dos relatos evangélicos.

SIGNIFICADO PRIMEIRO E MAIOR DO NATAL
Entendemos que no Natal o significado primeiro e maior seja o do amor de Deus pela humanidade. Com o progresso intelecto-moral que se vai fazendo, temos necessidade de novas revelações espirituais. Isso não fica entregue ao acaso, Deus prevê e provê. Há sempre pro¬gramações para o progresso da Humanidade. Assim, Moisés, Isaías e outros profetas já anunciavam a vinda do Messias, o Cristo.
Enxergamos, também, no Natal, o amor de Jesus por nós, os seus irmãos menores. Espírito puro, Jesus não precisava mais habitar mundos corpóreos, vivia em mundos felizes, celestes ou divinos, mas aceitou o reingresso na faixa da carne, porque nós precisávamos dele aqui, para nos ensinar e exemplificar o caminho para Deus.

MARIA E JOSÉ SEM HOSPEDAGEM
Eram, os dois, espíritos obedientes às leis divinas, de vida digna, honestos e trabalhadores, com mérito para serem os pais carnais do Messias. Por que enfrentaram tantas dificuldades? Não eram ricos nem poderosos, Ma¬ria fez a viagem grávida e, ao chegarem a Belém, não encontraram lugar na hospedaria ...
Esse episódio nos ensina que os que trazem o Mestre em si, transportando-o e colaborando com ele, em seu trabalho pela redenção humana, não gozam de privilégi¬os materiais, não se encontram em regime de exceção. Enfrentam as lutas naturais neste planeta de provas e de expiações. Constitui um alerta para os que, por estarem servindo na seara religiosa, esperam ou exigem conces¬sões especiais, apreço, reconhecimento.
Mas assistência espiritual não faltou a Maria e José. Os que servem a Deus podem confiar que terão, também, acompanhamento e proteção espirituais para po¬derem realizar o seu trabalho.
E a grande compensação que desfrutarão será a glória de participar do labor crístico, gozando da intimidade espiritual com o Mestre. Assim, os médiuns em serviço, enquanto aprendem e progridem, intercambiando os es¬píritos nccessitados, sentem, também, os efeitos benéficos e gratificantes da presença dos espíritos superiores.

A MANJEDOURA
É costume dizer-se que a manjedoura traduz a humil¬dade de Jesus. Acreditamos, porém, que o maior signifi¬cado da manjedoura está em demonstrar, na sua simpli¬cidade e despojamento, que o valor de uma pessoa não está nas situações materiais em que se apresenta exte¬riormente, mas no que a criatura é, em si mesma.
Desde que Jesus surge na manjedoura, perde signifi¬cação qualquer orgulho por status terreno, e a pessoa passa a ser valorizada pelo que é, pelo potencial que traz em si, como criação divina, por ser filha de Deus.
Sendo a manjedoura, também, o lugar do alimento, onde os animais comem, parece-nos visualizar Jesus já se nos oferecendo, como “o pão vivo que desceu do céu”. Es¬tamos comendo desse pão? Alimentando-nos de sua vida, de seu ensino e exemplo? Se estamos, sabemos como isso nos faz bem, deixando-nos fortalecidos para os embates da vida! Não nos esqueçamos, porém, de repar¬tir com os outros esse alimento divino, atendendo a Jesus, que, ao dizer: “Fazei isto em memória de mim”, nos pedia para darmos continuidade ao seu ideal e não deixá-lo morrer.

Comentários