Reunião de Estudo: O Evangelho Segundo o Espiritismo (113)

Ano VIII - 12/08/2012
CAPÍTULO XI - AMAR O PRÓXIMO COMO A SI MESMO

Dai a César o que é de César
5. Os fariseus, tendo-se retirado, entenderam-se entre si para enredá-lo com as
suas próprias palavras. - Mandaram então seus discípulos, em companhia dos
herodianos, dizer-lhe: Mestre, sabemos que és veraz e que ensinas o caminho de Deus
pela verdade, sem levares em conta a quem quer que seja, porque, nos homens, não
consideras as pessoas. Dize-nos, pois, qual a tua opinião sobre isto: É-nos permitido
pagar ou deixar de pagar a César o tributo?
Jesus, porém, que lhes conhecia a malícia, respondeu: Hipócritas, por que me
tentais? Apresentai-me uma das moedas que se dão em pagamento do tributo. E, tendolhe
eles apresentado um denário, perguntou Jesus: De quem são esta imagem e esta
inscrição? - De César, responderam eles. Então, observou-lhes Jesus: Dai, pois, a César
o que é de César e a Deus o que é de Deus.
Ouvindo-o falar dessa maneira, admiraram-se eles da sua resposta e, deixando-o,
se retiraram. (S. MATEUS, cap. XXII, vv. 15 a 22. - S. MARCOS, cap. XII, vv. 13 a 17.)

6. A questão proposta a Jesus era motivada pela circunstância de que os judeus,
abominando o tributo que os romanos lhes impunham, haviam feito do pagamento desse
tributo uma questão religiosa. Numeroso partido se fundara contra o imposto. O pagamento
deste constituía, pois, entre eles, uma irritante questão de atualidade, sem o que nenhum
senso teria a pergunta feita a Jesus: "É-nos lícito pagar ou deixar de pagar a César o tributo?"
Havia nessa pergunta uma armadilha. Contavam os que a formularam poder, conforme a
resposta, excitar contra ele a autoridade romana, ou os judeus dissidentes. Mas "Jesus, que
lhes conhecia a malícia", contornou a dificuldade, dando-lhes uma lição de justiça, com o
dizer que a cada um seja dado o que lhe é devido. (Veja-se, na "Introdução", o artigo:
Publicanos.)
7. Esta sentença: "Dai a César o que é de César", não deve, entretanto, ser entendida
de modo restritivo e absoluto. Como em todos os ensinos de Jesus, há nela um princípio
geral, resumido sob forma prática e usual e deduzido de uma circunstância particular. Esse é conseqüente daquele segundo o qual devemos proceder para com os outros como queiramos
que os outros procedam para conosco. Ele condena todo prejuízo material e moral que se
possa causar a outrem, toda postergação de seus interesses. Prescreve o respeito aos direitos
de cada um, como cada um deseja que se respeitem os seus. Estende-se mesmo aos deveres
contraídos para com a família, a sociedade, a autoridade, tanto quanto para com os indivíduos
em geral.
princípio

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