Estudos do Novo Testamento - Domingo, 08/11/2009 - Mat 26, 26:29

Mateus – capítulo 26 - vers. 26 a 29

(26) Estando eles comendo, tomou Jesus o pão e, tendo dado graças, partiu-o e deu aos discípulos, dizendo: Tomai e comei; este é o meu corpo.
(27) E tomando o cálice, rendeu graças e deu-lhes, dizendo: Bebei dele todos; (28) porque este é o meu sangue, o sangue da aliança, que é derramado por muitos para remissão de pecados. (29) Mas digo vos que desta hora em diante não beberei deste fruto da videira, até aquele dia em que hei de beber de novo convosco no reino do meu Pai.

A CEIA PASCAL
Texto do Livro: Parábolas e Ensinos de Jesus – Cairbar Schutel

Respingando com minuciosa atenção os trechos evangélicos acima transcritos, chegamos à conclusão, que o fim de Jesus, celebrando a Ceia, não foi comer o pão, por isso diz o Evangelista: “Tomando o pão partiu-o; deu-o aos discípulos e disse-lhes: tomai e comei, este é o meu corpo, que vai ser dado por vós; e com o cálice cheio de vinho, ofereceu-lhes, dizendo: bebei, este é o sangue do Novo Testamento que vai ser derramado em vosso benefício.”
Por esta passagem se vê claramente que Jesus não tratava do pão material nem do vinho de uva, mas da sua Doutrina, que é o alimento do Espírito, e precisa ser repartido com todos, para que todos os Espíritos não sintam fome de conhecimentos religiosos; para que todos sejam saciados com esse Pão que nos dá um corpo novo, incorruptível, imortal.
As duas espécies: pão e vinho, não são mais que alegorias, que dão idéia da letra e do espírito; assim como a carne e o sangue especificam a mesma idéia: letra e espírito.
Queria Jesus mais uma vez lembrar a seus discípulos que o seu corpo — que é a sua Doutrina —não pode ser assimilada unicamente à letra, mas precisa ser estudada e compreendida em espírito e verdade; por isso o Mestre acrescentou, quando os judeus se escandalizaram por haver ele dito que seus discípulos necessitavam comer a sua carne e beber o seu sangue: “A carne para nada presta, o espírito é que vivifica; as palavras que eu vos digo são espírito e vida.” Não é, pois, com o pão, nem com a hóstia, que devemos comungar, mas, sim, com a Palavra do Cristo, com a sua Doutrina.
Qual homem na Terra se pode julgar com autoridade para falar das coisas do Céu? Homem, um só. Jesus, porque nele havia encarnado o Verbo de Deus e ele era o Pão, podia dar-se a si mesmo, a todos; mas desde que o mundo existe, não consta nas páginas da História que outro homem o igualasse. — Os Apóstolos! Poderia alguém dizer. Mas os Apóstolos não foram Apóstolos enquanto não receberam o Espírito no Cenáculo. Todo o pão que eles distribuíram, durante sua estadia na Terra, foi manipulado pelos Anjos, pelos Espíritos de Deus, que depois da explosão de Pentecostes nunca os deixaram. Foi neste dia que eles receberam o “batismo”, porque “estar batizado” é estar envolto, é estar imerso nos fluidos vivificadores dos Espíritos Santos.
O homem que, num calmo momento de meditação, olhar para o passado, verá assombrado as transformações profundas, maravilhosas mesmo, operadas à sua atenção desprevenida. E se olhar para a vida do mundo, abismar-se-á ao ver como o dia a dia, minuto por minuto, o tempo, supremo iconoclasta, vem destruindo as mais basilares teorias, as mais incontroversas idéias, os mais sólidos monumentos, as mais inatacáveis fortalezas erguidas pela vontade humana! Mas a Palavra de Jesus foi e será inatingível; a Palavra de Jesus não passou: é permanente, eterna, imutável! Assim está escrito e assim se há de cumprir. Ela é indispensável à evolução da Humanidade e há de realizar, sem dúvida alguma, a sua missão providencial, libertadora, reformando todas as instituições decrépitas e alimentando, como Pão que é, todos os homens que, à procura de novos estádios de liberdade, buscarem o seu espírito vivificante.
A Lição da Ceia é a Lição do Amor, da Humildade, para aquisição das glórias vindouras.

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