Reunião Publica (186): O Evangelho Segundo o Espiritismo

Ano IX - 23/02/2014

CAPÍTULO XVI - NÃO SE PODE SERVIR A DEUS E A MAMON

Emprego da riqueza

11. Não podeis servir a Deus e a Mamon. Guardai bem isso em lembrança, vós, a
quem o amor do ouro domina; vós, que venderíeis a alma para possuir tesouros, porque eles
permitem vos eleveis acima dos outros homens e vos proporcionam os gozos das paixões que
vos escravizam. Não; não podeis servir a Deus e a Mamon! Se, pois, sentis vossa alma
dominada pelas cobiças da carne, dai-vos pressa em alijar o jugo que vos oprime, porquanto
Deus, justo e severo, vos dirá: Que fizeste, ecônomo infiel, dos bens que te confiei? Esse
poderoso móvel de boas obras exclusivamente o empregaste na tua satisfação pessoal.
Qual, então, o melhor emprego que se pode dar à riqueza? Procurai - nestas palavras:
"Amai-vos uns aos outros", a solução do problema. Elas guardam o segredo do bom emprego
das riquezas. Aquele que se acha animado do amor do próximo tem aí toda traçada a sua
linha de proceder. Na caridade está, para as riquezas, o emprego que mais apraz a Deus. Não
nos referimos, é claro, a essa caridade fria e egoísta, que consiste em a criatura espalhar ao
seu derredor o supérfluo de uma existência dourada. Referimo-nos à caridade plena de amor,
que procura a desgraça e a ergue, sem a humilhar. Rico!... dá do que te sobra; faze mais: dá
um pouco do que te é necessário, porquanto o de que necessitas ainda é supérfluo. Mas, dá
com sabedoria. Não repilas o que se queixa, com receio de que te engane; vai às origens do
mal. Alivia, primeiro; em seguida, informa-te, e vê se o trabalho, os conselhos, mesmo a
afeição não serão mais eficazes do que a tua esmola. Difunde em torno de ti, como os
socorros materiais, o amor de Deus, o amor do trabalho, o amor do próximo. Coloca tuas
riquezas sobre uma base que nunca lhes faltará e que te trará grandes lucros: a das boas obras.
A riqueza da inteligência deves utilizá-la como a do ouro. Derrama em tomo de ti os tesouros
da instrução; derrama sobre teus irmãos os tesouros do teu amor e eles frutificarão. -
Cheverus. (Bordéus, 1861.)

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