Reunião Publica (183): O Evangelho Segundo o Espiritismo

Ano IX - 02/02/2014

CAPÍTULO XVI - NÃO SE PODE SERVIR A DEUS E A MAMON

INSTRUÇÕES DOS ESPÍRITOS
A verdadeira propriedade
9. O homem só possui em plena propriedade aquilo que lhe é dado levar deste mundo.
Do que encontra ao chegar e deixa ao partir goza ele enquanto aqui permanece. Forçado,
porém, que é a abandonar tudo isso, não tem das suas riquezas a posse real, mas,
simplesmente, o usufruto. Que é então o que ele possui? Nada do que é de uso do corpo;
tudo o que é de uso da alma: a inteligência, os conhecimentos, as qualidades
morais. Isso o que ele traz e leva consigo, o que ninguém lhe pode arrebatar, o que lhe será de
muito mais utilidade no outro mundo do que neste. Depende dele ser mais rico ao partir do
que ao chegar, visto como, do que tiver adquirido em bem, resultará a sua posição futura.
Quando alguém vai a um país distante, constitui a sua bagagem de objetos utilizáveis nesse
país; não se preocupa com os que ali lhe seriam inúteis. Procedei do mesmo modo com
relação à vida futura; aprovisionai-vos de tudo o de que lá vos possais servir.
Ao viajante que chega a um albergue, bom alojamento é dado, se o pode pagar. A
outro, de parcos recursos, toca um menos agradável. Quanto ao que nada tenha de seu, vai
dormir numa enxerga. O mesmo sucede ao homem, a sua chegada no mundo dos Espíritos:
depende dos seus haveres o lugar para onde vá. Não será, todavia, com o seu ouro que ele o
pagará. Ninguém lhe perguntará: Quanto tinhas na Terra? Que posição ocupavas? Eras
príncipe ou operário? Perguntar-lhe-ão: Que trazes contigo? Não se lhe avaliarão os bens,
nem os títulos, mas a soma das virtudes que possua. Ora, sob esse aspecto, pode o operário
ser mais rico do que o príncipe. Em vão alegará que antes de partir da Terra pagou a peso de
ouro a sua entrada no outro mundo. Responder-lhe-ão: Os lugares aqui não se compram:
conquistam-se por meio da prática do bem. Com a moeda terrestre, hás podido comprar
campos, casas, palácios; aqui, tudo se paga com as qualidades da alma. És rico dessas
qualidades? Sê bem-vindo e vai para um dos lugares da primeira categoria, onde te esperam
todas as venturas. És pobre delas? Vai para um dos da última, onde serás tratado de acordo
com os teus haveres. - Pascal. (Genebra, 1860.)

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