Reunião Publica: Estudo do Evangelho Segundo o Espiritismo (130)

Ano VIII - 09/12/2012
CAPÍTULO XII - AMAI OS VOSSOS INIMIGOS

Retribuir o mal com o bem
4. Amar os inimigos é, para o incrédulo, um contra-senso. Aquele para quem a vida
presente é tudo, vê no seu inimigo um ser nocivo, que lhe perturba o repouso e do qual
unicamente a morte. pensa ele, o pode livrar. Daí, o desejo de vingar-se. Nenhum interesse
tem em perdoar, senão para satisfazer o seu orgulho perante o mundo. Em certos casos,
perdoar-lhe parece mesmo uma fraqueza indigna de si. Se não se vingar, nem por isso deixará
de conservar rancor e secreto desejo de mal para o outro.
Para o crente e, sobretudo, para o espírita, muito diversa é a maneira de ver, porque
suas vistas se lançam sobre o passado e sobre o futuro, entre os quais a vida atual não passa
de um simples ponto. Sabe ele que, pela mesma destinação da Terra, deve esperar topar aí
com homens maus e perversos; que as maldades com que se defronta fazem parte das provas
que lhe cumpre suportar e o elevado ponto de vista em que se coloca lhe torna menos
amargas as vicissitudes, quer advenham dos homens, quer das coisas. Se não se queixa das
provas, tampouco deve queixar-se dos que lhe servem de instrumento.
Se, em vez de se queixar, agradece a Deus o experimentá-lo, deve também agradecer a mão
que lhe dá ensejo de demonstrar a sua paciência e a sua resignação. Esta idéia o dispõe
naturalmente ao perdão. Sente, além disso, que quanto mais generoso for. tanto mais se
engrandece aos seus próprios olhos e se põe fora do alcance dos dardos do seu inimigo.
O homem que no mundo ocupa elevada posição não se julga ofendido com os insultos
daquele a quem considera seu inferior. O mesmo se dá com o que, no mundo moral, se eleva
acima da humanidade material. Este compreende que o ódio e o rancor o aviltariam e
rebaixariam. Ora, para ser superior ao seu adversário, preciso é que tenha a alma maior, mais
nobre, mais generosa do que a desse último.

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