Reunião de Estudo: O Evangelho Segundo o Espiritismo (59)

Ano VII - 05/06/2011
CAPÍTULO V
BEM-AVENTURADOS OS AFLITOS

Será lícito abreviar a vida de um doente que sofra sem esperança de cura?

28. Um homem está agonizante, presa de cruéis sofrimentos. Sabe-se que seu estado é
desesperador. Será lícito pouparem-se-lhe alguns instantes de angústias, apressando-se-lhe
o fim?
Quem vos daria o direito de prejulgar os desígnios de Deus? Não pode ele conduzir o
homem até à borda do fosso, para dai o retirar, a fim de fazê-lo voltar a si e alimentar idéias
diversas das que tinha? Ainda que haja chegado ao último extremo um moribundo, ninguém
pode afirmar com segurança que lhe haja soado a hora derradeira. A Ciência não se terá
enganado nunca em suas previsões?
Sei bem haver casos que se podem, com razão, considerar desesperadores; mas, se não
há nenhuma esperança fundada de um regresso definitivo à vida e à saúde, existe a
possibilidade, atestada por inúmeros exemplos, de o doente, no momento mesmo de exalar o
último suspiro, reanimar-se e recobrar por alguns instantes as faculdades! Pois bem: essa hora
de graça, que lhe é concedida, pode ser-lhe de grande importância. Desconheceis as reflexões
que seu Espírito poderá fazer nas convulsões da agonia e quantos tormentos lhe pode poupar um relâmpago de arrependimento.
O materialista, que apenas vê o corpo e em nenhuma conta tem a alma, é inapto a
compreender essas coisas; o espírita, porém, que já sabe o que se passa no além-túmulo,
conhece o valor de um último pensamento. Minorai os derradeiros sofrimentos, quanto o
puderdes; mas, guardai-vos de abreviar a vida, ainda que de um minuto, porque esse minuto
pode evitar muitas lágrimas no futuro. - S. Luís. (Paris, 1860.)

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