Reunião de Estudo: O Livro dos Espíritos (47)

Ano VII - 13/03/2011
CAPÍTULO IV - DO Príncipio Vital
Inteligência e Instinto

72. Qual a fonte da inteligência?
“Já o dissemos; a inteligência universal.”

a) - Poder-se-ia dizer que cada ser tira uma porção de inteligência da fonte
universal e a assimila, como tira e assimila o princípio da vida material?
“Isto não passa de simples comparação, todavia inexata, porque a inteligência é uma
faculdade própria de cada ser e constitui a sua individualidade moral. Demais, como sabeis,
há coisas que ao homem não é dado penetrar e esta, por enquanto, é desse número.”

73. O instinto independe da inteligência?
“Precisamente, não, por isso que o instinto é uma espécie de inteligência. É uma
inteligência sem raciocínio. Por ele é que todos os seres provêem às suas necessidades.”

74. Pode estabelecer-se uma linha de separação entre o instinto e a inteligência,
isto é, precisar onde um acaba e começa a outra?
“Não, porque muitas vezes se confundem. Mas, muito bem se podem distinguir os
atos que decorrem do instinto dos que são da inteligência.”

75. É acertado dizer-se que as faculdades instintivas diminuem à medida que
crescem as intelectuais?
“Não; o instinto existe sempre, mas o homem o despreza. O instinto também pode
conduzir ao bem. Ele quase sempre nos guia e algumas vezes com mais segurança do que a
razão. Nunca se transvia.”

a) - Por que nem sempre é guia infalível a razão?
“Seria infalível, se não fosse falseada pela má educação, pelo orgulho e pelo
egoísmo. O instinto não raciocina; a razão permite a escolha e dá ao homem o livrearbítrio.”
O instinto é uma inteligência rudimentar, que difere da inteligência propriamente
dita, em que suas manifestações são quase sempre espontâneas, ao passo que as da
inteligência resultam de uma combinação e de um ato deliberado.
O instinto varia em suas manifestações, conforme às espécies e às suas
necessidades. Nos seres que têm a consciência e a percepção das coisas exteriores, ele se
alia à inteligência, isto é, à vontade e à liberdade.

Comentários