Reunião de Estudo - O Evangelho Segundo o Espiritismo (22)

Ano VI - 22/08/2010

Capítulo I Não vim destruir a Lei
Instrução dos Espíritos

A Nova Era

9. Deus é único e Moisés é o Espírito que Ele enviou em missão para torná-lo
conhecido não só dos hebreus, como também dos povos pagãos. O povo hebreu foi o
instrumento de que se serviu Deus para se revelar por Moisés e pelos profetas, e as
vicissitudes por que passou esse povo destinavam-se a chamar a atenção geral e a fazer cair o
véu que ocultava aos homens a divindade.
Os mandamentos de Deus, dados por intermédio de Moisés, contêm o gérmen da mais
ampla moral cristã. Os comentários da Bíblia, porém, restringiam-lhe o sentido, porque,
praticada em toda a sua pureza, não na teriam então compreendido. Mas, nem por isso os dez
mandamentos de Deus deixavam de ser um como frontispício brilhante, qual farol destinado a
clarear a estrada que a Humanidade tinha de percorrer.
A moral que Moisés ensinou era apropriada ao estado de adiantamento em que se
encontravam os povos que ela se propunha regenerar, e esses povos, semi-selvagens quanto
ao aperfeiçoamento da alma, não teriam compreendido que se pudesse adorar a Deus de outro
modo que não por meio de holocaustos, nem que se devesse perdoar a um inimigo. Notável
do ponto de vista da matéria e mesmo do das artes e das ciências, a inteligência deles muito
atrasada se achava em moralidade e não se houvera convertido sob o império de uma religião
inteiramente espiritual. Era-lhes necessária uma representação semimaterial, qual a que
apresentava então a religião hebraica.
Os holocaustos lhes falavam aos sentidos, do mesmo passo que a idéia de Deus lhes falava ao
espírito.
O Cristo foi o iniciador da mais pura, da mais sublime moral, da moral evangélicocristã,
que há de renovar o mundo, aproximar os homens e torná-los irmãos; que há de fazer
brotar de todos os corações a caridade e o amor do próximo e estabelecer entre os humanos
uma solidariedade comum; de uma moral, enfim, que há de transformar a Terra, tornando-a
morada de Espíritos superiores aos que hoje a habitam. E a lei do progresso, a que a Natureza
está submetida, que se cumpre, e o Espiritismo é a alavanca de que Deus se utiliza para fazer
que a Humanidade avance.
São chegados os tempos em que se hão de desenvolver as idéias, para que se realizem
os progressos que estão nos desígnios de Deus. Têm elas de seguir a mesma rota que
percorreram as idéias de liberdade, suas precursoras. Não se acredite, porém, que esse
desenvolvimento se efetue sem lutas. Não; aquelas idéias precisam, para atingirem a
maturidade, de abalos e discussões, a fim de que atraiam a atenção das massas. Uma vez isso
conseguido, a beleza e a santidade da moral tocarão os espíritos, que então abraçarão uma
ciência que lhes dá a chave da vida futura e descerra as portas da felicidade eterna. Moisés
abriu o caminho; Jesus continuou a obra; o Espiritismo a concluirá. - Um Espírito israelita.
(Mulhouse, 1861.)

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