Reunião de Estudo - Livro dos Espíritos (21)

Ano VI - 15/08/2010

Provas da Existência de Deus

7. Poder-se-ia achar nas propriedades íntimas da matéria a causa primária da formação das coisas?
“Mas, então, qual seria a causa dessas propriedades? É indispensável sempre uma causa primária.”

Atribuir a formação primária das coisas às propriedades íntimas da matéria seria
tomar o efeito pela causa, porquanto essas propriedades são, também elas, um efeito que há
de ter uma causa.

8. Que se deve pensar da opinião dos que atribuem a formação primária a uma
combinação fortuita da matéria, ou, por outra, ao acaso?
“Outro absurdo! Que homem de bom-senso pode considerar o acaso um ser inteligente? E, demais, que é o acaso? Nada.”

A harmonia existente no mecanismo do Universo patenteia combinações e desígnios
determinados e, por isso mesmo, revela um poder inteligente. Atribuir a formação primária
ao acaso é insensatez, pois que o acaso é cego e não pode produzir os efeitos que a
inteligência produz. Um acaso inteligente já não seria acaso.

9. Em que é que, na causa primária, se revela uma inteligência suprema e superior
a todas as inteligências?

“Tendes um provérbio que diz: Pela obra se reconhece o autor. Pois bem! Vede a
obra e procurai o autor. O orgulho é que gera a incredulidade. O homem orgulhoso nada
admite acima de si. Por isso é que ele se denomina a si mesmo de espírito forte. Pobre ser,
que um sopro de Deus pode abater!”
Do poder de uma inteligência se julga pelas obras. Não podendo nenhum ser
humano criar o que a Natureza produz, a causa primária é, conseguintemente, uma
inteligência superior à Humanidade.

Quaisquer que sejam os prodígios que a inteligência humana tenha operado, ela
própria tem uma causa e, quanto maior for o que opere, tanto maior há de ser a causa
primária. Aquela inteligência superior é que é a causa primária de todas as coisas, seja qual
for o nome que lhe dêem.

Comentários