Leitura Complementar ao Estudo do Evangelho (19)

Ano VI - 01/08/2010

O Cristo

Ele foi um hebreu, portanto israelita (todos os hebreus descendiam de um dos patriarcas desse povo, Jacó, também chamado Israel) e judeu, por ser da tribo de Judá, uma das doze que compunham aquele povo. E viveu há dois mil anos, na Palestina, antigo Oriente, atual Oriente médio.

Estava entre os trinta e cinquenta anos de idade, quando iniciou seu ministério (Lc 3:23 e Jo 8:57). Até então, vivera no oculto de uma vida comum, para que adversários do bem não impedissem antes do tempo sua tarefa redentora.

Nenhum outro registro ficou de sua aparência física. De um mestre espiritual importa a essência de sua vida e não o corpo de que se revistiu.

Sem ter feito estudos especiais (Mt 13:54 e Jo 7:15), agiu e falou de modo admirável, jamais superado por ninguém. Os pontos similares e concordantes de sua vida e pregação com a doutrina dos essênios explicam-se simplesmente por serem as verdades eternas sempre as mesmas e todos que as atinjam, que as alcancem, falarão e agirão de modo semelhante.

Tão extraordinários a vida, ensinos e feitos de Jesus que chegam a supô-lo um mito, representando o ideal de liberdade no seio do povo hebreu; dominados por outros povos, ansiavam por libertação e faziam ressurgir sempre esse anseio, apesar dos insucessos.

Mas, que existiu realmente, prova-o a excelência de sua doutrina, superando as idéias e concepções do mundo judaico de então, não obstante faltarem anotações históricas mais substanciais para atestá-lo.

Sua qualificação superior e sua missão sublime foram atestadas pelo Alto de modo especial, por ocasião da transfiguração. Materializados apareceram ao seu lado Moisés, que para os israelitas representava a lei, a ordenação escrita, e Elias, representando as revelações espirituais, os profetas ou médiuns, pois foi o maior deles.

Depois, desapareceram e só ficou Jesus, enquanto uma voz dizia:

Este é meu filho amado. A ele escutai. Haviam escutado e atendido a Moisés e aos profetas; com Jesus, porém, nova revelação se fazia e a humanidade recebia nova e mais aperfeiçoada ordem de ensinos. Era ele, Jesus, o Cristo, o “ungido por Deus”, para trazer ao mundo a mensagem do amor.

Seu ressurgimento em glória espiritual, após a morte de seu corpo, e suas reiteradas manifestações a discípulos e apóstolos, consolidaram neles a convicção da imortalidade e de que a justiça divina dá a cada um segundo suas obras, alentando-os para a continuidade dos labores de pregação e exemplificação da conduta cristã.

Apesar do cuidado que ele teve em demonstrar a relação das profecias com seus ensinos e feitos, a maioria dos israelitas não entendeu nem aceitou a sua mensagem, por não ser o líder guerreiro e dominador que esperavam devesse ser o Messias. Era rei, mas não deste mundo, como esclareceu a Pilatos, e, sim, do mundo espiritual. Espirituais seriam, também, a libertação e o bem-estar que traria.

Os que tiveram “ouvidos de ouvir” e “olhos de ver” encontraram nele o caminho da verdade e da vida, entenderam a sua doutrina e se tornaram seus discípulos, perpetuando na Terra, através do ensino e da exemplificação, a sua mensagem sublime e libertadora.

E Jesus continua atraindo a atenção dos pesquisadores, cristãos ou não, leigos e especialistas, teólogos, filósofos, historiadores… Centenas de livros foram e estão sendo escritos sobre ele e existe um estudo especial, a Cristologia, que se destina a investigar quem foi o Nazareno, seu lugar na história real e os fatos de sua existência.

Revistas conceituadas, documentários e repostagens na televisão abordam temas assim: “Jesus, quem era ele. As novas descobertas sobre sua vida e sua época”; ou “Nos Passos de Jesus de Nazaré”; ou ainda, “Jesus, a outra face; pesquisas revelam novo Jesus e corrigem data de seu nascimento”.

Essa correção se faz necessária para que Jesus ressurja ante o nosso entendimento na realidade de sua natureza espiritual: nem um deus materializado nem um simples homem terreno, mas um Espírito já purificado que encarnou entre nós para se fazer o “caminho da verdade e da vida” e levar a humanidade ao encontro do Pai

Texto Extraído do Livro Jesus, O Cristo por Therezinha Oliveira

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