Novo Testamento - Domingo, 06/12/2009

Mateus – capítulo 26 - vers. 36 a 46

(36) Então foi Jesus com eles para um sítio chamado Getsêmani, e disse aos discípulos: “Sentai-vos aqui, enquanto vou ali orar”. (37) E tomando Pedro e os dois filhos de Zebedeu, começou a entristecer-se e a inquietarse. (38) Então lhes disse: “Triste está minha alma até a morte: ficai aqui e ficai acordados comigo”. (39) E adiantando-se um pouco, caiu sobre seu rosto orando e disse: “Meu Pai, se é possível, afasta de mim este cálice: porém não como quero, mas como tu (queres)”. (40) E volta aos discípulos e encontra-os dormindo; e disse a Pedro: “Assim não tivestes força de ficar acordados comigo uma hora? (41) Ficai acordados e orai, para que não entreis na provação; pois o espírito (tem) boavontade, mas a carne (é) fraca”. (42) De novo, pela segunda (vez) retirando-se, orou, dizendo: “Meu Pai, se isto não pode passar sem que o beba, faça-se tua vontade”. (43) E vindo de novo, encontrou-os dormindo, pois os olhos deles estavam pesados. (44) E tendo-os deixado novamente, afastando-se, orou pela terceira (vez) dizendo de novo as mesmas palavras. (45) Então veio aos discípulos e disse-lhes: “Dormis agora e repousais? Eis que chegou a hora, e o filho do homem é entregue nas mãos dos profanos. (46) Levantai-vos, vamos! Eis que chegou o que me entrega”.

Interpretação: Livro, Sabedorias do Evangelho de C. Torres Pastorino
Oração no Jardim (livro VIII)

Não é sem razão que dão o nome de Getsemani ao jardim a que Jesus se recolheu para orar. Todos os indícios da interpretação foram deixados sabiamente por escrito, para que a humanidade pudesse, quando disso fosse capaz, descobrir a realidade e compreender o significado profundo dos atos do Mestre. O nome desse jardim significa “lagar de azeite”, ou seja, o instrumento que esmaga as azeitonas, para delas cavar o azeite, tal como o corpo de Jesus seria esmagado pela dor, para que se produzisse o azeite, o líquido com que se sagravam os sumos-sacerdotes e os reis.
Pede-lhes, pois, que fiquem “despertos”, a fim de ajudar seu corpo conturbado pelos grandes sofrimentos que terá que suportar sem um gemido. No entanto, os olhos dos discípulos estavam “pesados”, e os evangelistas esclarecem “por causa da tristeza”. Hoje a expressão empregada seria outra: fisicamente achavam-se exaustos pela perda de fluidos magnéticos. Jesus recomenda-lhes que permaneçam despertos para que “não entrem na provação”, ou seja, para que não sejam apanhados desprevenidos pelas provas a que seriam submetidos. Nesses momentos, é indispensável ser ativo, não permitindo o relaxamento no sono, pois se o Espírito tem boa-vontade, a carne é frágil e pode sucumbir.
Então Jesus afasta-se deles: trata-se do Espírito que força o corpo a isolar-se, para que sozinho suporte o impacto. Já à distância, o corpo rui por terra, na posição do desânimo e da súplica: ajoelha-se e curva o rosto até o chão, e começa a orar.
Mateus cita-lhe as palavras das três vezes que orou, pois nas três exprimiu o mesmo pensamento: “Se é possível, afasta de mim esta taça”: é a ânsia da personagem (Jesus) que teme arrostar a dor física. Mas logo a seguir acrescenta: “Mas não como quero eu, e sim como queres tu: faça-se a Tua vontade, não a minha”. Aqui verificamos nitidamente a dualidade de vontades, entre a personagem e a individualidade, entre o Filho e o Pai, entre Jesus e Deus.
Fortemente influenciada e dominada pelo Espírito a personagem (Jesus) se conforma e aceita que a vontade do Pai, que era também a de Seu Eu profundo (espirito), seja realizada, e que prevaleça sobre a vontade fraca e temerosa. Então essa prece, proferida três vezes pelo homem Jesus, demonstra o esforço que fazia para sintonizar e concordar com a vontade do Espírito e, por conseguinte, com a vontade do Pai.
Após orar, fortalecido e preparado, regressa definitivamente aos discípulos, e pergunta-lhes por que ainda estão a dormir, se já está chegando o discípulo que vai entregá-lo para o sacrifício: Ele já estava pronto para iniciar a prova. Mas que eles orassem, porque também a provação deles estava para chegar: que permanecessem acordados e em oração, a fim de não sucumbirem.

Cabe a nós todos o mesmo aviso, em qualquer situação, mas sobretudo quando assoberbados por ataques que visam a experimentar nossas forças. Não percamos de vista, outrossim, a energia do Espírito a dominar a carne, e a necessidade absoluta de aceitação de TUDO QUANTO VENHA SOBRE NÓS: tudo é necessário e “tudo coopera para o bem daqueles que amam a Deus”. Quantas vezes aquilo que nos revolta, seria um passo à frente em nossa evolução, e perdemos a oportunidade?!
Estejamos despertos, atentos, bem acordados, e permaneçamos em oração, para aproveitar todas as ocasiões de subir.

Comentários

  1. Patrícia,

    Eu não sabia que vc. tinha tbm este blog, parabéns por este trabalho tão elucidador.
    Desjo muita luz para vc. e sua família.

    um abç,

    Renata

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  2. Parabéns Patrícia e aos Irmaos de Dubai!

    Um grande abraco a todos!

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  3. ola ... vcs estao localisados em dubai... eu moro em abu dhabi e estou muito precisada de frenquentar novamente as reunioes pois meu trabalho espiritual mme chama .... por favor me forneçam o endereço e telefone de vcs... obrigada...pazzzzzz luciana_mendes3@hotmail.com

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  4. Ola, estou morando em abu dhabi a duas semanas e gostaria de saber se a reunioes aqui.Se ouver qual o endereço ou telefone, vania69santos@hotmail.com
    Obrigada e que Deus continue nos protegendo!!

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