Novo Testamento - Domingo, 13/12/2009

Mateus – capítulo 26 - vers. 47 a 56

(47). E ainda falando ele, eis chegou Judas, um dos doze, e com ele grande grupo, com facões e paus (vindo) dos principais sacerdotes e anciãos do povo.(48). O que o entregaria dera a eles um sinal, dizendo: Quem eu beijar, é ele, prendei-o.(49). E logo aproximando-se de Jesus, disse: Salve, Mestre! e o beijou.
(50). E Jesus lhe disse: “Amigo, vieste para isso”! Então, aproximando-se (eles), puseram as mãos sobre Jesus e o prenderam. (51). E eis um dos (que estavam) com Jesus estendeu a mão e tirou o seu facão e feriu o servo do sumo-sacerdote e decepou-lhe a orelha.(52). Então disse-lhe Jesus: “Repõe teu facão no lugar dele, pois todos os que pegam o facão, morrerão pelo facão”; (53). ou pensas que não posso chamar meu Pai, que me porá à disposição agora mais de doze legiões de mensageiros? (54). Como, pois, se cumprirão as Escrituras que (dizem) dever acontecer assim”? (55). Naquela hora, disse Jesus ao grupo: “Como sobre um salteador saístes com facões e paus para prender-me? Cada dia eu me sentava no templo ensinando, e não me agarrastes.
(56). Mas tudo isso aconteceu para que se cumprissem as Escrituras dos profetas”. Deixando-o, então, todos os discípulos fugiram.


Interpretação: Livro de Francisco Cândido Xavier - Caminho, Verdade e Vida.
Ensejo ao Bem
“Jesus, porém, lhe disse: Amigo, a que vieste? — Então, aproximan¬do-se, lançaram mão de Jesus e o prenderam.” — (MATEUS, capítulo 26, versículo 50.)
É significativo observar o otimismo do Mestre, prodigalizando oportunidades ao bem, até ao fim de sua gloriosa missão de verdade e amor, junto dos homens.
Cientificara-se o Cristo, com respeito ao desvio de Judas, comentara amorosamente o assunto, na derradeira reunião mais íntima com os discípulos, não guardava qualquer dúvida relativamente aos su¬plícios que o esperavam; no entanto, em se aproxi¬mando, o cooperador transviado beija-o na face, identificando-o perante os verdugos, e o Mestre, com sublime serenidade, recebe-lhe a saudação carinho¬samente e indaga: Amigo, a que vieste?
Seu coração misericordioso proporcionava ao discípulo inquieto o ensejo ao bem, até ao derradeiro instante.
Embora notasse Judas em companhia dos guar¬das que lhe efetuariam a prisão, dá-lhe o título de amigo. Não lhe retira a confiança do minuto primeiro, não o maldiz, não se entrega a queixas inúteis, não o recomenda à posteridade com acusações ou con¬ceitos menos dignos.
Nesse gesto de inolvidável beleza espiritual, en¬sinou-nos Jesus que é preciso oferecer portas ao bem, até à última hora das experiências terrestres, ainda que, ao término da derradeira oportunidade, nada mais reste além do caminho para o martírio ou para a cruz dos supremos testemunhos.

Interpretação: Livro de Francisco Cândido Xavier - , Vinha de Luz
Escritura Individual
"Mas tudo isto aconteceu para que se cumpram as escrituras dos profetas. Então, todos os discípulos, deixando-o, fugiram." - (MATEUS, 26:56.)
O desígnio a cumprir-se não constitui característica exclusiva para a missão de Jesus. Cada homem tem o mapa da ordem divina em sua existência, a ser executado com a colaboração do livre-arbítrio, no grande plano da vida eterna.
Acima de tudo, nesse sentido, toda criatura pensante não ignora que será compelida a restituir o corpo de carne à terra.
Os companheiros menos educados sabem, intuitivamente, que comparecerão a exame de contas, que se lhes defrontarão paisagens novas, além do sepulcro, e que colherão, sem mais nem menos, o fruto das ações que houverem semeado no seio da coletividade terrestre.
Em geral, porém, ao homem comum esse contrato, entre o servo encarnado e o Senhor Supremo, parece extremamente impreciso, e prossegue, experiência a fora, de rebeldia em rebeldia.
Nem por isso, todavia, a escritura, principalmente nos parágrafos da morte, deixará de cumprir-se. O momento, nesse particular, surge sempre, com múltiplos pretextos, para que as determinações divinas se realizem. No minuto exato, familiares e amigos excursionam em diferentes mundos de idéias, através das esferas da perplexidade, do temor, da tristeza, da dúvida, da interrogação dolorosa e, apesar da presença tangível dos afeiçoados, no quadro de testemunhos que lhe dizem respeito, o homem atende, sozinho, no capitulo da morte, aos itens da escritura grafada por ele próprio, diante das Leis do Eterno Pai, com seus atos, palavras e pensamentos de cada dia.

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