Reunião Publica (324) - O Livro dos Espíritos

Ano X - 27/11/2016

CAPÍTULO VIII
DA EMANCIPAÇÃO DA ALMA

Letargia, catalepsia, mortes aparentes

423. Na letargia, pode o Espírito separar-se inteiramente do corpo, de modo a
imprimir-lhe todas as aparências da morte e voltar depois a habitá-lo?

“Na letargia, o corpo não está morto, porquanto há funções que continuam a
executar-se. Sua vitalidade se encontra em estado latente, como na crisálida, porém não
aniquilada. Ora, enquanto o corpo vive, o Espírito se lhe acha ligado. Em se rompendo, por
efeito da morte real e pela desagregação dos órgãos, os laços que prendem um ao outro,
integral se torna a separação e o Espírito não volta mais ao seu envoltório. Desde que um
homem, aparentemente morto, volve à vida, é que não era completa a morte.”

424. Por meio de cuidados dispensados a tempo, podem reatar-se laços prestes a se
desfazerem e restituir-se à vida um ser que definitivamente morreria se não fosse
socorrido?

“Sem dúvida e todos os dias tendes a prova disso. O magnetismo, em tais casos,
constitui, muitas vezes, poderoso meio de ação, porque restitui ao corpo o fluido vital que
lhe falta para manter o funcionamento dos órgãos.”

A letargia e a catalepsia derivam do mesmo princípio, que é a perda temporária da
sensibilidade e do movimento, por uma causa fisiológica ainda inexplicada. Diferem uma
da outra em que, na letargia, a suspensão das forças vitais é geral e dá ao corpo todas as
aparências da morte; na catalepsia, fica localizada, podendo atingir uma parte mais ou
menos extensa do corpo, de sorte a permitir que a inteligência se manifeste livremente, o
que a torna inconfundível com a morte. A letargia é sempre natural; a catalepsia é por vezes
magnética.

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