Reunião Publica (211) - Evangelho Segundo o Espiritismo

Ano IX - 21/09/2014

CAPÍTULO XX
OS TRABALHADORES DA ÚLTIMA HORAS

INSTRUÇÕES DOS ESPÍRITOS
Os últimos serão os primeiros

3. Jesus gostava da simplicidade dos símbolos e, na sua linguagem máscula, os
obreiros que chegaram na primeira hora são os profetas, Moisés e todos os iniciadores que
marcaram as etapas do progresso, as quais continuaram a ser assinaladas através dos séculos
pelos apóstolos, pelos mártires, pelos Pais da Igreja, pelos sábios, pelos filósofos e,
finalmente, pelos espíritas. Estes, que por último vieram, foram anunciados e preditos desde a
aurora do advento do Messias e receberão a mesma recompensa. Que digo? recompensa
maior. Últimos chegados, eles aproveitam dos labores intelectuais dos seus predecessores,
porque o homem tem de herdar do homem e porque coletivos são os trabalhos humanos:
Deus abençoa a solidariedade. Aliás, muitos dentre aqueles revivem hoje, ou reviverão
amanhã, para terminarem a obra que começaram outrora. Mais de um patriarca, mais de um
profeta, mais de um discípulo do Cristo, mais de um propagador da fé cristãse encontram
no meio deles, porém, mais esclarecidos, mais adiantados, trabalhando, não já
na base e sim na cumeeira do edifício. Receberão, pois, salário proporcionado ao valor da
obra.
O belo dogma da reencarnação eterniza e precisa a filiação espiritual. Chamado a
prestar contas do seu mandato terreno, o Espírito se apercebe da continuidade da tarefa
interrompida, mas sempre retomada. Ele vê, sente que apanhou, de passagem, o pensamento
dos que o precederam. Entra de novo na liça, amadurecido pela experiência, para avançar
mais. E todos, trabalhadores da primeira e da última hora, com os olhos bem abertos sobre a
profunda justiça de Deus, não mais murmuram: adoram.
Tal um dos verdadeiros sentidos desta parábola, que encerra, como todas as de que
Jesus se utilizou falando ao povo, o gérmen do futuro e também, sob todas as formas, sob
todas as imagens, a revelação da magnífica unidade que harmoniza todas as coisas no
Universo, da solidariedade que liga todos os seres presentes ao passado e ao futuro. - Henri
Heine. (Paris, 1863.)

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