Reunião Publica (208) - Evangelho Segundo o Espiritismo

Ano IX - 31/08/2014

Cap. XIX – A FÉ TRANSPORTA MONTANHAS

INSTRUÇÕES DOS ESPÍRITOS

A fé humana e a divina
12. No homem, a fé é o sentimento inato de seus destinos futuros; é a consciência que
ele tem das faculdades imensas depositadas em gérmen no seu íntimo, a princípio em estado
latente, e que lhe cumpre fazer que desabrochem e cresçam pela ação da sua vontade.
Até ao presente, a fé não foi compreendida senão pelo lado religioso, porque o Cristo
a exalçou como poderosa alavanca e porque o têm considerado apenas como chefe de uma
religião. Entretanto, o Cristo, que operou milagres materiais, mostrou, por esses milagres
mesmos, o que pode o homem, quando tem fé, isto é, a vontade de querer e a certeza de que
essa vontade pode obter satisfação. Também os apóstolos não operaram milagres, seguindolhe
o exemplo? Ora, que eram esses milagres, senão efeitos naturais, cujas causas os homens
de então desconheciam, mas que, hoje, em grande parte se explicam e que pelo estudo do
Espiritismo e do Magnetismo se tornarão completamente compreensíveis?
A fé é humana ou divina, conforme o homem aplica suas faculdades à satisfação das
necessidades terrenas, ou das suas aspirações celestiais e futuras. O homem de gênio, que se
lança à realização de algum grande empreendimento, triunfa, se tem fé, porque sente em si
que pode e há de chegar ao fim colimado, certeza que lhe faculta imensa força. O homem de
bem que, crente em seu futuro celeste, deseja encher de belas e nobres ações a sua existência,
haure na sua fé, na certeza da felicidade que o espera,a força necessária, e ainda aí se operam milagres de caridade, de devotamento e de
abnegação. Enfim, com a fé, não há maus pendures que se não chegue a vencer.
O Magnetismo é uma das maiores provas do poder da fé posta em ação. É pela fé que
ele cura e produz esses fenômenos singulares, qualificados outrora de milagres.
Repito: a fé é humana e divina. Se todos os encarnados se achassem bem persuadidos
da força que em si trazem, e se quisessem pôr a vontade a serviço dessa força, seriam capazes
de realizar o a que, até hoje, eles chamaram prodígios e que, no entanto, não passa de um
desenvolvimento das faculdades humanas. Um Espírito Protetor. (Paris, l863.)

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