Reunião Publica: O Evangelho Segundo o Espiritismo (154)

Ano IX - 02/06/2013

CAPÍTULO XIII - NÃO SAIBA A VOSSA MÃO ESQUERDA O QUE DÊ A VOSSA MÃO DIREITA

INSTRUÇÕES DOS ESPÍRITOS
A beneficência

15. Meus caros amigos, todos os dias ouço entre vós dizerem: "Sou pobre, não posso
fazer a caridade", e todos os dias vejo que faltais com a indulgência aos vossos semelhantes.
Nada lhes perdoais e vos arvorais em juizes muitas vezes severos, sem quererdes saber se
ficaríeis satisfeitos que do mesmo modo procedessem convosco. Não é também caridade a
indulgência? Vós, que apenas podeis fazer a caridade praticando a indulgência, fazei-a assim,
mas fazei-a largamente. Pelo que toca à caridade material, vou contar-vos uma história do outro mundo.
Dois homens acabavam de morrer. Dissera Deus: Enquanto esses dois homens
viverem, deitar-se-ão em sacos diferentes as boas ações de cada um deles, para que por
ocasião de sua morte sejam pesadas. Quando ambos chegaram aos últimos momentos,
mandou Deus que lhe trouxessem os dois sacos. Um estava cheio, volumoso, atochado, e nele
ressoava o metal que o enchia; o outro era pequenino e tão vazio que se podiam contar as
moedas que continha. Este o meu, disse um, reconheço-o; fui rico e dei muito. Este o meu,
disse o outro, sempre fui pobre, oh! quase nada tinha para repartir. Mas, oh! surpresa! postos
na balança os dois sacos, o mais volumoso se revelou leve, mostrando-se pesado o outro,
tanto que fez se elevasse muito o primeiro no prato da balança. Deus, então, disse ao rico:
deste muito, é certo, mas deste por ostentação e para que o teu nome figurasse em todos os
templos do orgulho e, ao demais, dando, de nada te privaste. Vai para a esquerda e fica
satisfeito com o te serem as tuas esmolas, contadas por qualquer coisa. Depois, disse ao
pobre: Tu deste pouco, meu amigo; mas, cada uma das moedas que estão nesta balança
representa uma privação que te impuseste; não deste esmolas, entretanto, praticaste a
caridade, e, o que vale muito mais, fizeste a caridade naturalmente, sem cogitar de que te
fosse levada em conta; foste indulgente; não te constituíste juiz do teu semelhante; ao
contrário, todas as suas ações lhe relevaste: passa à direita e vai receber a tua recompensa. -
Um Espírito protetor. (Lião, 1861.)

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