Reunião Publica: O Evangelho Segundo o Espiritismo (151)

Ano IX - 12/05/2013

CAPÍTULO XIII - NÃO SAIBA A VOSSA MÃO ESQUERDA O QUE DÊ A VOSSA MÃO DIREITA

INSTRUÇÕES DOS ESPÍRITOS
A beneficência

13. Chamo-me Caridade; sigo o caminho principal que conduz a Deus. Acompanhaime,
pois conheço a meta a que deveis todos visar.
Dei esta manhã o meu giro habitual e, com o coração amargurado, venho dizer-vos:
Oh! meus amigos, que de misérias, que de lágrimas, quanto tendes de fazer para secá-las
todas! Em vão, procurei consolar algumas pobres mães, dizendo-lhes ao ouvido: Coragem! há
corações bons que velam por vós; não sereis abandonadas; paciência! Deus lá está; sois dele
amadas, sois suas eleitas. Elas pareciam ouvir-me e volviam para o meu lado os olhos
arregalados de espanto; eu lhes lia no semblante que seus corpos, tiranos do Espírito, tinham
fome e que, se é certo que minhas palavras lhes serenavam um pouco os corações, não lhes
reconfortavam os estômagos. Repetia-lhes: Coragem! Coragem! Então, uma pobre mãe, ainda
muito moça, que amamentava uma criancinha, tomou-a nos braços e a estendeu no espaço
vazio, como a pedir-me que protegesse aquele entezinho que só encontrava, num seio estéril,
insuficiente alimentação.
Alhures vi, meus amigos, pobres velhos sem trabalho e, em conseqüência, sem abrigo,
presas de todos os sofrimentos da penúria e, envergonhados de sua miséria, sem ousarem,
eles que nunca mendigaram, implorar a piedade dos transeuntes. Com o coração túmido de
compaixão, eu, que nada tenho, me fiz mendiga para eles e vou, por toda a parte, estimular a
beneficência, inspirar bons pensamentos aos corações generosos e compassivos. Por isso é
que aqui venho, meus amigos, e vos digo: Há por aí desgraçados, em cujas choupanas falta o
pão, os fogões se acham sem lume e os leitos sem cobertas. Não vos digo o que deveis fazer;
deixo aos vossos bons corações a iniciativa. Se eu vos ditasse o proceder, nenhum mérito vos
traria a vossa boa ação. Digo-vos apenas: Sou a caridade e vos estendo as mãos pelos vossos
irmãos que sofrem.
Mas, se peço, também dou e dou muito. Convido-vos para um grande banquete e
forneço a árvore onde todos vos saciareis! Vede quanto é bela, como está carregada de flores
e de frutos! Ide, ide, colhei, apanhai todos os frutos dessa magnificente árvore que se chama a
beneficência. No lugar dos ramos que lhe tirardes, atarei todas as boas ações que praticardes e
levarei a árvore a Deus, que a carregará de novo, porquanto a beneficência é inexaurível.
Acompanhai-me, pois, meus amigos, a fim de que eu vos conte entre os que se arrolam sob a
minha bandeira. Nada temais; eu vos conduzirei pelo caminho da salvação, porque sou - a
Caridade. - Cárita, martirizada em Roma. (Lião, 1861.)

Comentários