Reunião Publica: Livro dos Espíritos (144)

Ano IX - 24/03/2013

CAPÍTULO IV -DA PLURALIDADE DAS EXISTÊNCIAS

Encarnação nos diferentes mundos
182. É-nos possível conhecer exatamente o estado físico e moral dos diferentes
mundos?
“Nós, Espíritos, só podemos responder de acordo com o grau de adiantamento em
que vos achais. Quer dizer que não devemos revelar estas coisas a todos, porque nem todos
estão em estado de compreendê-las e semelhante revelação os perturbaria.”
À medida que o Espírito se purifica, o corpo que o reveste se aproxima igualmente
da natureza espírita. Torna-se-lhe menos densa a matéria, deixa de rastejar penosamente pela superfície do solo,
menos grosseiras se lhe fazem as necessidades físicas, não mais sendo preciso que os seres
vivos se destruam mutuamente para se nutrirem. O Espírito se acha mais livre e tem, das
coisas longínquas, percepções que desconhecemos. Vê com os olhos do corpo o que só pelo
pensamento entrevemos.
Da purificação do Espírito decorre o aperfeiçoamento moral, para os seres que eles
constituem, quando encarnados. As paixões animais se enfraquecem e o egoísmo cede lugar
ao sentimento da fraternidade. Assim é que, nos mundos superiores ao nosso, se
desconhecem as guerras, carecendo de objeto os ódios e as discórdias, porque ninguém
pensa em causar dano ao seu semelhante. A intuição que seus habitantes têm do futuro, a
segurança que uma consciência isenta de remorsos lhes dá, fazem que a morte nenhuma
apreensão lhes cause. Encaram-na de frente, sem temor, como simples transformação.
A duração da vida, nos diferentes mundos, parece guardar proporção com o grau de
superioridade física e moral de cada um, o que é perfeitamente racional. Quanto menos
material o corpo, menos sujeito às vicissitudes que o desorganizam. Quanto mais puro o
Espírito, menos paixões a miná-lo. É essa ainda uma graça da Providência, que desse modo
abrevia os sofrimentos.

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