Reunião de Estudo Temporario ESDE – Tomo 1 – Modulo V - Comunicabilidade dos Espíritos (72)

Ano VII - 04/09/2011
Estudo Sistematizado da Doutrina Espirita
Resumo Tomo 1 Modulo V

1- Influência dos Espíritos em nossos pensamentos e atos, e nos acontecimentos da vida.
Allan Kardec pergunta aos Espíritos Superiores: Influem os Espíritos em nosso pensamentos e em nossos atos? Muito mais do que imaginais. Influem de tal modo que, de ordinário, são eles que vos dirigem.
A resposta dada pelos Espíritos não vos deve causar estranheza, pois se analisarmos o assunto fazendo uma comparação com o que sucede em nossas relações sociais, chegaremos a conclusão que vivemos em permanente sintonia com as pessoas que nos rodeiam, familiares ou não, das quais recebemos influências por meio das idéias que exteriorizam e dos exemplos que nos dão, do mesmo modo que as influenciamos com as nossas idéias e com a nossa conduta.
O mesmo ocorre, naturalmente, com os habitantes do mundo espiritual, pois são eles os seres humanos desencarnados que, pelo simples fato de terem deixado o invólucro carnal, não mudaram as características de sua personalidade ou a sua maneira de pensar.
Assim somos alvo não só da atenção de Benfeitores e Amigos Espirituais - incluindo entre eles os parentes e amigos desta e de outras reencarnações, os quais vencendo o tumulo desejam prosseguir auxiliando-nos - como também daqueles outros a quem prejudicamos com atos de maior ou menor gravidade, e que nos procuram para cobrar a dívida que com eles contraímos.
Deflui deste ensinamento que os Espíritos exercem influencia nos acontecimentos da vida, por meio da transmissão de pensamento e por sua ação direta no mundo material, tudo no entanto dentro das leis da Natureza.
Se a influência dos Espíritos em nossos pensamentos é de tal intensidade, é preciso saber identificar a natureza dessa influência, a fim de que não atendamos aos alvitres dos Espíritos imperfeitos. Mas como distinguirmos se um pensamento sugerido procede de um bom Espirito ou de um Espírito mal? - Indaga Kardec. A resposta dos Benfeitores da Humanidade é um apelo ao nosso bom senso: Estudai o caso: Os bons Espíritos só para o bem aconselham. Compete-vos discernir.
Os Espíritos Imperfeitos são instrumentos próprios a por em prova a fé e a constância dos homens na pratica do bem. Desde que sobre ti atuam influências mas, é que as atrai, desejando o mal porquanto os Espíritos inferiores correm a te auxiliar no mal, logo que deles pratica-lo. Mas outros também te cercarão, esforçando-se por te influenciarem para o bem o que restabelece o equilíbrio da balança e te deixa senhor dos teus atos.
É assim que Deus confia nossa consciência a escolha do caminho que devamos seguir a liberdade de ceder a uma e a outra das influências contrarias que se exercem sobre nós.
Assim, compete exclusivamente a nós neutralizar a influência dos Espíritos imperfeitos. Os Espíritos superiores são bastante claros ao nos indicarem o meio para isso: praticando bem e pondo Deus em toda a vossa confiança, repelireis a influência dos Espíritos Inferiores e aniquilareis o império que desejem ter sobre vós. Guardai-vos de atender aos Espíritos que vos suscitam maus pensamentos, que sopram a discórdia entre vós outros e que vos insulflam as paixões más. Essa é a razão porque Jesus, na oração Dominical, vos ensinou a dizer: Senhor! Não nos deixeis cair em tentação, mas livra-nos do mal.

1.1- Mediunidade e Médium
A mediunidade é inerente a uma disposição orgânica, de que qualquer homem pode ser dotado, como da de ver, de ouvir, de falar. Deus outorgou faculdades ao homem e lhe dá a liberdade de usá-las mas não deixa de punir o que delas abusa.
Se só aos mais dignos fosse concedida a faculdade de comunicar quem ousaria pretende-la? A mediunidade conferida sem distinção a fim de que os Espíritos possam trazer luz a todas as camadas, a todas as classes da sociedade, ao pobre como ao rico; aos retos, para os fortificar no bem, aos viciosos para os corrigir. Não são esses últimos os doentes que necessitam de médico? Os bons Espíritos lhes vêm em auxílio e seus conselhos, dados diretamente, são de natureza a impressioná-lo de modo mais vivo, do que se os recebesse indiretamente. Deus, em sua bondade, para lhe poupar o trabalho de ir buscá-la longe, nas mãos lhe coloca a luz. Não será ele bem mais culpado se não a quiser ver? poderá desculpar-se com a sua ignorância, quando ele mesmo haja escrito com suas mãos, visto com seus próprios olhos, ouvido com seus próprios ouvidos, e pronunciando com a própria boca a sua condenação? Se não aproveitar, será então punido pela perda ou pela perversão da faculdade que lhe fora outorgada e da qual, nesse caso, se aproveitam os maus Espíritos para o obsidiarem e enganarem.

"Mediunidade é talento do céu, para o serviço de renovação do mundo. Lâmpada que nos cabe acender, aproveitando o óleo da humildade, é indispensável nutrir com ela a sublime luz do amor, a irradiar-se em caridade e compreensão, para todos os que nos cercam." Emmanuel

Por outro lado, todo aquele que sente, num grau qualquer, a influência dos Espíritos é, por esse fato, médium. Essa faculdade é inerente ao homem; não constitui portanto, um privilégio exclusivo. Pode pois dizer que todos são mais ou menos médiuns. Todavia, usualmente, só se qualificam assim aqueles em quem a faculdade mediúnica se mostra bem caracterizada, e se traduz por efeitos patentes, de certa intensidade, o que então depende de uma organização mais ou menos sensitiva.
O médium é o indivíduo que serve de traço de união aos Espíritos, para que esses possam comunicar-se facilmente com os homens: Espíritos encarnados. Por conseguinte, sem médium não ha comunicações tangiveis, mentais, escritas, fisicas, de qualquer natureza.
Note-se, entretanto, que o bom médium não é aquele que comunica facilmente, mas aquele que é simpático aos bons Espíritos e somente deles tem assistência. Unicamente neste sentido é que a excelência das qualidades morais se torna onipotente sobre a mediunidade.
A missão mediúnica, se tem os seus percalços e as suas lutas dolorosas, é uma das mais belas oportunidades de progresso e de redenção concedidas por Deus aos seus filhos misérrimos.
Assim é que os grandes Instrutores da Espiritualidade utilizam-se dos médiuns para a transmissão das mensagens edificantes, enriquecendo o mundo com novas revelações, conselhos e exortações que favorecem a definitiva integração a programas emancipadores. Tudo isso pode o mediunismo conseguir se o pensamento de Nosso Senhor, repleto de fraternidade e sabedoria, for a bússola de todas as realizações.

1.2- Mediunidade com Jesus
Mediunidade é coisa santa, que deve ser praticada santamente, religiosamente. Se ha um gênero de mediunidade que requeira essa condição de modo ainda mais absoluto é a mediunidade que requeira essa condição de modo ainda mais absoluto é a mediunidade curadora. O médium curador transmite o fluido salutar dos bons Espíritos; não tem o direito de vende-lo. Jesus e os apóstolos, ainda que pobres, nada cobravam pelas curas que operavam.
A mediunidade séria não pode ser e não será nunca uma profissão, não só porque se desacreditaria moralmente, como também a isso um obstáculo se impõe. É que se trata de uma faculdade essencialmente móvel, fugidia e mutável. Constituiria portanto para o explorador, uma fonte absolutamente incerta de receitas de natureza a poder faltar-lhe no momento exato em que mais necessária lhe fosse. A mediunidade, porem, não é uma arte, nem um talento, pelo que não pode tornar-se uma profissão. Ela não existe sem o concurso dos Espíritos, faltando estes, já não ha mediunidade. Dai vem não haver no mundo um único médium capaz de garantir a obtenção de qualquer fenômeno espírita em dado instante.
Lembremos também que mesmo o médium sob excelente assistência espiritual não deve descurar-se da própria vigilância, lembrando sempre de que é uma criatura humana, sujeita a oscilações vibratórias, a pensamentos e desejos inadequados.
Assim podemos dizer que a primeira necessidade do médium é evangelizar-se a si mesmo antes de se entregar as grandes tarefas doutrinarias, pois de outro modo, poderá esbarrar sempre com o fantasma do personalismo, em detrimento de sua missão.
Em suma, o médium que vigia a própria vida, disciplina as emoções, cultiva as virtudes cristas e oferece ao Senhor, multiplicados, os talentos que por empréstimo lhe foram confiados, estará, no silencio de suas dores e de seus sacrifícios, preparando o seu caminho de elevação para o Céu.
Estara sem duvida exercendo a mediunidade com Jesus.


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