Estudos do Novo Testamento - Domingo 25/10/2009

Mateus – capítulo 26 - vers. 17 a 19

(17) No primeiro dia dos ázimos, vieram os discípulos a Jesus, dizendo: onde queres que te preparemos para comeres a Páscoa? (18) Ele disse: "Ide à cidade, a um certo homem, e dizei-lhe: o Mestre diz: está próximo meu tempo; em tua casa farei a Páscoa com meus discípulos". (19) E os discípulos fizeram como lhes ordenara Jesus e prepararam a Páscoa.

Texto 1 - PREPARAÇÃO PARA A PÁSCOA

(do livro Sabedorias do Evangelho – C.Torres Pastorino)

Pelo que sabemos a festa durava oito dias cheios, pois no dia da imolação do cordeiro, não devia encontrar-se na casa nenhum alimento fermentado, nenhum condimentado com sal, nenhum temperado com azeite. A imolação do cordeiro pascal, seu cozimento e sua consumação eram realizados ao pôr do sol do dia 14 de nisan, e a FESTA DA PÁSCOA, propriamente, era comemorada no dia 15. Ora, sabemos que Jesus foi crucificado "no dia em que devia comer-se o cordeiro", isto é a 14 de nisan. Então, forçosamente, o cordeiro foi imolado e comido, por Ele e por seus discípulos, no dia 13 (o primeiro dia dos ázimos).

Os discípulos tomam a iniciativa de perguntar ao Mestre onde quer que seja preparada a Páscoa. Jesus encarrega Pedro e João de irem à cidade e la encontrariam um homem a carregar água - àquela época eram só as mulheres (escravas ou, nas famílias pobres, as donas da casa) que exerciam esse mister: um homem, mesmo servo, a fazê-lo, constituía uma exceção. Ao encontrá-lo, deviam segui-lo para ver aonde se dirigia e onde entraria. Esta era a casa. Um sobrado grande e mobilado.

As suposições para nao se revelar o nome do anfitriao foram várias ao longo dos séculos: era a casa de Nicodemos, a de José de Arimatéia ou de qualquer outra personagem importante cujo nome não devia ser citado para evitar perseguições. Mas é inútil querer adivinhar! O anfitrião mostraria um "sobrado grande", o que revela casa grande de pessoas ricas. Jesus regressa a Betânia com os discípulos, deixando Pedro e João encarregados dos preparativos. A refeição da ceia pascal consistia em pão sem fermento, em salsa, em chicóreas amargas, tudo cozido sem sal nem azeite.
Texto 2 - FAZEI PREPARATIVOS

(Livro o Pao Nosso de Francisco Candido Xavier por Emmanuel)

“Então ele vos mostrará um grande cenáculo mobilado; aí, fazei preparativos.” — Jesus. (Mateus, Lucas e Marcos)

Aquele cenáculo mobilado, a que se referiu Jesus, é perfeito símbolo do aposento interno da alma.

À face da natureza que oferece lições valiosas em todos os planos de atividade, observemos que o homem aguarda cada dia, renovando sempre as dis­posições do lar. Aqui, varrem-se detritos; acolá, or­namentam-se paredes. Os móveis, quase sempre os mesmos, passam por processos de limpeza diária.

O homem consciencioso reconhecerá que a maioria das ações, na experiência física, encerra-se em preparação incessante para a vida com que será defrontado, além da morte do corpo.

Se isto ocorre com a feição material da vida terrena, que não dizer do esforço propriamente espi­ritual para o caminho eterno?

Certamente, numerosas criaturas atravessarão o dia à maneira do irracional, em movimentos quase mecânicos. Erguem-se do leito, alimentam o corpo perecível, absorvem a atenção com bagatelas e dor­mem de novo, cada noite.

O aprendiz sincero, todavia, sabe que atingiu o cenáculo simbólico do coração. Embora não possa mudar de idéias diariamente, qual acontece aos mó­veis da residência, dá-lhes novo brilho a cada ins­tante, sublimando os impulsos, renovando concep­ções, elevando desejos e melhorando sempre as qualidades estimáveis que já possui.

O homem simplesmente terrestre mantém-se na expectativa da morte orgânica; o homem espiritual espera o Mestre Divino, para consolidar a redenção própria.

Não abandoneis, portanto, o cenáculo da fé e, aí dentro, fazei preparativos em constante ascensão.

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