Reunião de Estudo - O Evangelho Segundo o Espiritismo (18)

Ano VI - 25/07/2010

CAPÍTULO I NÃO VIM DESTRUIR A LEI - As três revelações: Moisés, Cristo, Espiritismo.

1. Não penseis que eu tenha vindo destruir a lei ou os profetas: não os vim
destruir, mas cumpri-los: - porquanto, em verdade vos digo que o céu e a Terra não
passarão, sem que tudo o que se acha na lei esteja perfeitamente cumprido, enquanto
reste um único iota e um único ponto. (S. MATEUS, cap. V, vv. 17 e 18.)

Moisés
2. Na lei moisaica, há duas partes distintas: a lei de Deus, promulgada no monte Sinai,
e a lei civil ou disciplinar, decretada por Moisés. Uma é invariável; a outra, apropriada aos costumes e ao caráter do povo, se modifica com o tempo.

A lei de Deus está formulada nos dez mandamentos seguintes:
I. Eu sou o Senhor, vosso Deus, que vos tirei do Egito, da casa da servidão. Não tereis, diante de mim, outros deuses estrangeiros. Não fareis imagem esculpida, nem figura alguma do que está em cima do céu, nem embaixo na Terra, nem do que quer que esteja nas águas sob a terra. Não os adorareis e não lhes prestareis culto soberano. (¹)
II. Não pronunciareis em vão o nome do Senhor, vosso Deus.
III. Lembrai-vos de santificar o dia do sábado.
IV. Honrai a vosso pai e a vossa mãe, a fim de viverdes longo tempo na terra que o Senhor vosso Deus vos dará.
V. Não mateis.
VI. Não cometais adultério.
VII. Não roubeis.
VIII. Não presteis testemunho falso contra o vosso próximo.
IX. Não desejeis a mulher do vosso próximo.
X. Não cobiceis a casa do vosso próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu asno, nem qualquer das coisas que lhe pertençam.
É de todos os tempos e de todos os países essa lei e tem, por isso mesmo, caráter divino. Todas as outras são leis que Moisés decretou, obrigado que se via a conter, pelo
temor, um povo de seu natural turbulento e indisciplinado, no qual tinha ele de combater
arraigados abusos e preconceitos, adquiridos durante a escravidão do Egito. Para imprimir
autoridade às suas leis, houve de lhes atribuir origem divina, conforme o fizeram todos os legisladores dos povos primitivos. A autoridade do homem precisava apoiar-se na autoridade de Deus; mas, só a idéia de um Deus terrível podia impressionar
criaturas ignorantes, em as quais ainda pouco desenvolvidos se encontravam o senso moral e o sentimento de uma justiça reta. E evidente que aquele que incluíra, entre os seus
mandamentos, este: “Não matareis; não causareis dano ao vosso próximo", não poderia
contradizer-se, fazendo da exterminação um dever. As leis moisaicas, propriamente ditas,
revestiam, pois, um caráter essencialmente transitório.

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